“O conhecimento emerge apenas através da invenção e da reinvenção, através da inquietante, impaciente, contínua e esperançosa investigação que os seres humanos buscam no mundo, com o mundo e uns com os outros.”
Paulo Freire
A investigação irá utilizar uma metodologia com uma abordagem qualitativa.
Os métodos a ser usados são: observação (participante), entrevistas semidiretivas, análise documental, Focus group (realizada com adultos); e como instrumentos investigativos fotografias e vídeos.
A opção por estas metodologias e técnicas deve-se à necessidade que a investigadora sente de existir uma cumplicidade entre o investigador e os sujeitos (crianças) de modo a “ouvir a voz” das crianças, pois só assim é possível reconhecer as múltiplas linguagens das crianças num discurso único, e através desta reflexão das práticas sociais das crianças como meio crítico de construir a teoria e o conhecimento, através da sistematização alternativa que é o principio da investigação participativa (Gabarrón e Landa, 1994 citado por Tomás, 2011,p.144).
A escolha de uma abordagem de natureza qualitativa deve-se segundo Bogdan & Biklen (1994, p. 96) porque se preocupa em enfatizar a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo das perceções pessoais.
Apesar das abordagens de foro qualitativo apresentarem um elevado nível de subjetividade, apresentam características importantes no campo da investigação. Procuram desenvolver a teoria, compreender realidades complexas considerando que o todo é mais importante que as partes, onde o investigador detém um papel participativo ao longo do processo, tendo sempre em conta o contexto e pesquisando de um modo intensivo. Importa referir que os investigadores, em abordagens qualitativas, devem ter em conta a complexidade do comportamento humano, como referido anteriormente, visto que ao longo das suas investigações, não deixam de tentar alcançar a compreensão dos mesmos.
Ainda Bogdan & Biklen (1994, p. 131) identificam cinco características da abordagem qualitativa: a) fonte direta dos dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal; b) os dados recolhidos são na sua essência descritivos; c) foco incide mais no processo do que nos resultados ou produtos; d) análise de os dados de forma indutiva; e) é dada especial importância ao ponto de vista dos participantes.
A investigação qualitativa, sendo uma pesquisa sistemática, sustentada em princípios teóricos e éticos, e procurando compreender, junto dos sujeitos/comunidade em estudo, as suas emoções, modos de ser, de estar e de pensar (modos de viver e de construir a vida) visa contribuir para uma mudança de realidades e emancipação das comunidades mais vulneráveis, através da compreensão dos problemas que existem nos respetivos contextos de modo a que seja possível a sua resolução, “corporizando a crença na possibilidade de mudança, tanto ao nível da alteração do vivido como da invenção de dias inteiramente novos” (Carvalho & Baptista, 2004, p. 66).
De modo a conseguir obter o máximo de informações a fundamentar alguns aspetos relacionados com a problemática da investigação será realizada uma minuciosa análise documental, recorrendo a documentos publicados. Conforme Silva, L., Damaceno, A., Martins, M., Sobral, K. & Farias, I. (2009) esta “permite a investigação de determinada problemática (…) de forma indireta, por meio do estudo dos documentos que são produzidos pelo homem e por isso revelam o seu modo de ser, viver e compreender um fato social” (p. 4557).
A multidimensionalidade do processo alerta para a necessidade de se considerarem diferentes aspetos influenciadores da participação das crianças. Do mesmo modo, assumir a participação como processo complexo remeterá para a sua análise enquanto realidade heterogénea que inclua as lógicas de identidade e diversidade na infância (Sarmento, 2013, citado por Trevisan, 2015, p. 37), situando-a e contextos que influenciam direta ou indiretamente a vida das crianças.
Serão utilizadas metodologias participativas durante a elaboração desta investigação numa ótica de interação constante entre os participantes e a investigadora sendo utilizado um conjunto de atividades de modo a motivar a investigação e a ação, através de um processo caracterizado por uma cumplicidade entre investigador e sujeitos (Tomás, 2011, p.145).
A técnica de observação é um processo de recolha de dados empíricos durante um período de tempo e é complementada nesta investigação com a observação participante no sentido de permitir cruzar dados a partir dos discursos, das atividades, das brincadeiras, das relações entre os atores sociais desta investigação.
Outra das técnicas utilizadas para recolha de dados são as entrevistas (semidiretivas), e concordando com (Tomás,C., 2011, p.149) a técnica das entrevistas surge com o objetivo de interrogar as crianças sobre assuntos relacionados com a investigação de forma a que duas vozes, em diálogo reciproco a partir das posições que ambos os interlocutores ocupam na situação específica de entrevista (de interrogador e de respondente).
A observação metódica da realidade social utilizando métodos qualitativos permite-nos uma análise sobre o real com maior conhecimento dos sujeitos e isso só é possível através de metodologias mais participativas e ativas como o focus group.
O focus group, técnica de pesquisa qualitativa, tem sido internacionalmente usada em várias áreas, pois responde a uma nova perspetiva do individuo e do grupo, uma educação centrada na perspetiva cultural e do grupo e não somente no individuo. Segundo Ferreira (2018) “a entrevista de grupo dirige-se, por definição, a um grupo, acerca do qual supõe a existência de uma vida coletiva, um modo comum (…) enquanto nos focus group o tema é exterior à vida do grupo, é-lhe proposto como matéria de reflexão.”
A possibilidade de criar um ambiente descontraído, permissivo e confortável, e consequentemente aumentar a fluidez discursiva é uma das grandes vantagens da utilização desta técnica. Esta técnica é usada como meio termo entre a entrevista profunda a um individuo e a observação participante, e é um método contemporâneo devido à facilidade com o qual podemos fazer entrevistas graças à inovação tecnológica. Uma das grandes vantagens desta técnica é a possibilidade de entrevistar um sujeito em qualquer parte do mundo, ou seja, geograficamente distante, mas perto virtualmente. A rapidez no fornecimento de dados torna esta técnica cada vez mais utilizada como fonte de informação na área das ciências sociais.
Para o tratamento da informação empírica será utilizada a análise de conteúdo que segundo (Bardin, 2008, p.40) aparece como um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens; o interesse não está na descrição dos conteúdos, mas sim no que estes nos poderão ensinar após serem tratados (conteúdo e expressão desse conteúdo). Na perspetiva de Chizzotti (2006, p.98), tem como objetivo “compreender criticamente o sentido das comunicações, [o] seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas”. Assim, esta técnica de análise será útil tanto para a análise dos desenhos e textos produzidos pelas crianças, e ainda, para a análise das entrevistas realizadas às crianças.
A triangulação de vários métodos em investigação em ciências sociais é recorrente, e a utilização desta técnica como recolha de dados, implica uma relação mais próxima com o grupo de estudo. Além disso ajuda a dar voz a todos e é nessa perspetiva que a educação social é importante, pois ajuda a dar voz a quem não a tem, através destas metodologias participativas.
diretivas), análise documental, Focus group (realizada com adultos) e World Café (realizada com crianças); as técnicas de investigação de recolha de dados são a observação, as entrevistas semidirectivas, os desenhos e outras forma de expressão artística, e como instrumentos investigativos fotografias e vídeos.
A opção por estas metodologias e técnicas deve-se à necessidade que a investigadora sente de existir uma cumplicidade entre o investigador e os sujeitos (crianças) de modo a “ouvir a voz” das crianças, pois só assim é possível reconhecer as múltiplas linguagens das crianças num discurso único, e através desta reflexão das práticas sociais das crianças como meio crítico de construir a teoria e o conhecimento, através da sistematização alternativa que é o principio da investigação participativa (Gabarrón e Landa, 1994 citado por Tomás, 2011,p.144).
A escolha de uma abordagem de natureza qualitativa deve-se segundo Bogdan & Biklen (1994, p. 70) porque se preocupa em enfatizar a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo das perceções pessoais.
Apesar das abordagens de foro qualitativo apresentarem um elevado nível de subjetividade, apresentam características importantes no campo da investigação. Procuram desenvolver a teoria, compreender realidades complexas considerando que o todo é mais importante que as partes, onde o investigador detém um papel participativo ao longo do processo, tendo sempre em conta o contexto e pesquisando de um modo intensivo. Importa referir que os investigadores, em abordagens qualitativas, devem ter em conta a complexidade do comportamento humano, como referido anteriormente, visto que ao longo das suas investigações, não deixam de tentar alcançar a compreensão dos mesmos.
Ainda Bogdan & Biklen (1994, p. 131) identificam cinco características da abordagem qualitativa:
a) A fonte direta dos dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal;
b) Os dados recolhidos são na sua essência descritivos;
c) foco incide mais no processo do que nos resultados ou produtos;
d) Análise de os dados de forma indutiva;
e) É dada especial importância ao ponto de vista dos participantes
A investigação qualitativa, sendo uma pesquisa sistemática, sustentada em princípios teóricos e éticos, e procurando compreender, junto dos sujeitos/comunidade em estudo, as suas emoções, modos de ser, de estar e de pensar (modos de viver e de construir a vida) visa contribuir para uma mudança de realidades e emancipação das comunidades mais vulneráveis, através da compreensão dos problemas que existem nos respetivos contextos de modo a que seja possível a sua resolução, “corporizando a crença na possibilidade de mudança, tanto ao nível da alteração do vivido como da invenção de dias inteiramente novos” (Carvalho & Baptista, 2004, p. 66).
De modo a conseguir obter o máximo de informações a fundamentar alguns aspetos relacionados com a problemática da investigação será realizada uma minuciosa análise documental, recorrendo a documentos publicados. Conforme Silva, L., Damaceno, A., Martins, M., Sobral, K. & Farias, I. (2009) esta “permite a investigação de determinada problemática (…) de forma indireta, por meio do estudo dos documentos que são produzidos pelo homem e por isso revelam o seu modo de ser, viver e compreender um fato social” (p. 4557).
A multidimensionalidade do processo alerta para a necessidade de se considerarem diferentes aspetos influenciadores da participação das crianças. Do mesmo modo, assumir a participação como processo complexo remeterá para a sua análise enquanto realidade heterogénea que inclua as lógicas de identidade e diversidade na infância (Sarmento, 2013, citado por Trevisan, 2015, p. 37), situando-a e contextos que influenciam direta ou indiretamente a vida das crianças.
Serão utilizadas metodologias participativas durante a elaboração desta investigação numa ótica de interação constante entre os participantes e a investigadora sendo utilizado um conjunto de atividades de modo a motivar a investigação e a ação, através de um processo caracterizado por uma cumplicidade entre investigador e sujeitos (Tomás, 2011, p.145).
A técnica de observação é um processo de recolha de dados empíricos durante um período de tempo e é complementada nesta investigação com a observação participante no sentido de permitir cruzar dados a partir dos discursos, das atividades, das brincadeiras, das relações entre os atores sociais desta investigação.
Outra das técnicas utilizadas para recolha de dados são as entrevistas (semidiretivas), e concordando com (Tomás,C., 2011, p.149) a técnica das entrevistas surge com o objetivo de interrogar as crianças sobre assuntos relacionados com a investigação de forma a que duas vozes, em diálogo reciproco a partir das posições que ambos os interlocutores ocupam na situação específica de entrevista (de interrogador e de respondente).
A observação metódica da realidade social utilizando métodos qualitativos permite-nos uma análise sobre o real com maior conhecimento dos sujeitos e isso só é possível através de metodologias mais participativas e ativas como o focus group.
O focus group, técnica de pesquisa qualitativa, tem sido internacionalmente usada em várias áreas, pois responde a uma nova perspetiva do individuo e do grupo, uma educação centrada na perspetiva cultural e do grupo e não somente no individuo. Segundo Ferreira (2018) “a entrevista de grupo dirige-se, por definição, a um grupo, acerca do qual supõe a existência de uma vida coletiva, um modo comum (…) enquanto nos focus group o tema é exterior à vida do grupo, é-lhe proposto como matéria de reflexão.”
A possibilidade de criar um ambiente descontraído, permissivo e confortável, e consequentemente aumentar a fluidez discursiva é uma das grandes vantagens da utilização desta técnica. Esta técnica é usada como meio termo entre a entrevista profunda a um individuo e a observação participante, e é um método contemporâneo devido à facilidade com o qual podemos fazer entrevistas graças à inovação tecnológica. Uma das grandes vantagens desta técnica é a possibilidade de entrevistar um sujeito em qualquer parte do mundo, ou seja, geograficamente distante, mas perto virtualmente. A rapidez no fornecimento de dados torna esta técnica cada vez mais utilizada como fonte de informação na área das ciências sociais.
Para o tratamento da informação empírica será utilizada a análise de conteúdo que segundo (Bardin, 2008, p.40) aparece como um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens; o interesse não está na descrição dos conteúdos, mas sim no que estes nos poderão ensinar após serem tratados (conteúdo e expressão desse conteúdo). Na perspetiva de Chizzotti (2006, p.98), tem como objetivo “compreender criticamente o sentido das comunicações, [o] seu conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas”. Assim, esta técnica de análise será útil tanto para a análise dos desenhos e textos produzidos pelas crianças, e ainda, para a análise das entrevistas realizadas às crianças.
A triangulação de vários métodos em investigação em ciências sociais é recorrente, e a utilização desta técnica como recolha de dados, implica uma relação mais próxima com o grupo de estudo. Além disso ajuda a dar voz a todos e é nessa perspetiva que a educação social é importante, pois ajuda a dar voz a quem não a tem, através destas metodologias participativas.